TORNEIO DE ANIVERSÁRIO DE 84 ANOS DO METRÓPOLE XADREZ CLUBE
ID FIDE 268858 ID CBX 5432
Associe-se e faça parte desta História - Mensalidade: Normal R$ 50,00. Estudantes e não-residentes em P. Alegre R$ 25,00 - Horário: Segunda a Sexta das 14h às 19h Rua Vigário José Inácio, 263, 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre-RS - Telefone:(51)98539-3944 - CGC 89270938/0001-35 - SEDE SOCIAL PRÓPRIA DESDE 1956.
REABERTURA DO METRÓPOLE
Quanto às competições, acreditamos não ser o momento de
promover torneios. Talvez, no nosso aniversário possamos comemorar nossa fundação
com um torneio e coquetel.
Solicitamos ao quadro associativo, na medida do possível,
que negocie e coloque em dia as mensalidades em atraso. É imperativo que o
sócio efetue seus pagamentos. Até agora foi possível saldar os compromissos,
mas não podemos comprometer a saúde financeira do Clube, conquistada com o
apoio do associado à atual diretoria do MXC . Toda quinta-feira, um membro da
Diretoria estará no Clube para tratar desse assunto e receber o associado.
No dia-a-dia, o primeiro sócio a chegar, abre o clube, com a
chave disponível na portaria do prédio, entrega a chave para o porteiro e o
último a sair, toma as providências necessárias e fecha o Clube.
Contamos com a colaboração de todos.
A Diretoria
TEMPO E PORTUNIDADE
Tempo e oportunidade são indicadores que impulsionam uma
tomada de decisão de forma eficaz. A chance de um operador de mercado obter
sucesso numa operação está eminentemente estribada nesses indicadores. Vale o
mesmo para o enxadrista que no curso de uma partida está compelido a manter a
harmonia do fenômeno tempo com a respectiva oportunidade de tomada de decisão
para realizar determinado lance.
Cumpre, no entanto, destacar que os exemplos apresentados
são ilustrativos, haja vista que tempo e oportunidade estão presentes em todas
as ações do ser humano que, no ano em curso, teve suas rotinas de vida
impactadas pelo coronavírus. Necessitando, de forma súbita, alinhar-se a uma
nova situação. Nesse contexto, vale evocar a celebre afirmação de Charles
Darwin: “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que
melhor se adapta às mudanças”
No universo em que gravita a combinação tempo e oportunidade
está presente a condição social de cada um (magistralmente definida na
hierarquia das necessidades de Maslow).
Essa hierarquia definiu como cada indivíduo está enfrentando o período
de pandemia. Período esse que mostrará, quando retomarmos a normalidade, os
aspectos positivos derivados dessa amarga experiência, bem como se fomos
eficazes no exercício da combinação tempo e oportunidade.
Tadeu Fernando Nunes da Silva
Funcionário Público do TCE, aposentado, Vice-Presidente do MXC e vice da FGX
FACEBOOK OFICIAL
Que todos os bons
sentimentos que o Natal traz preencham seu coração,
trazendo mais alegria para
cada dia do Ano Novo e que você possa dividir
tudo isso com pessoas
especiais que fazem parte da sua vida.
São os Votos da Diretoria
do MXC, aos associados e a todos que trabalham
Para o crescimento do
xadrez. Feliz natal
O texto que vamos publicar é de autoria de Serra Azul e apareceu pela primeira vez no blog GELACHESS, coordenado pelo enxadrista e escritor nas horas vagas. A relação tempo e oportunidade dá-se nas entrelinhas, subliminar. O "tempo quântico" encaminha uma interpretação do quadro Guernica de Pablo Picasso.
Vi o quadro pela primeira vez em 1980 no MoMA, Museu Arte Moderna de NY, ainda sem a experiência que a vida me deu. O que me chamou a atenção foram as linhas geométricas, pra mim um tabuleiro imaginário e algumas peças. Entre as quais um cavalo. A minha segunda vez diante do quadro, foi na Espanha. O quadro ficou "exilado" 40 anos e com a morte de Franco voltou. O museu que o abrigou, por ironia do destino foi um antigo hospital, que reformado, deu origem ao Reina Sofia. Dez, doze anos se passaram e a segunda vez diante da obra foi silenciosa, quase dramática. Era uma partida, eu de peças pretas, perdido no meio de uma caótica armadilha. Múltiplas interpretações e num lugar simbólico, um antigo hospital. Àqueles feridos no bombardeio da cidade Basca de Guernica, finalmente seriam atendidos. Uma linguagem paradoxal, uma partida imaginaria e atemporal. Levei esse lapso de tempo para entender os significados contidos no quadro
Vamos ao texto do Serra, um primor de analise comparativa, instigante e uma outra maneira de interpretar o "salto do cavalo"
O
Salto do Cavalo e o Hiperespaço
Em 1884 o clérigo britânico Edwin Abbot
escreveu um romance de grande sucesso, com nove sucessivas tiragens: Flatland:
A romance of many dimensions by a Square.
Neste, um cavalheiro chamado Quadrado
vive num mundo bidimensional, a Chatalândia, com um rígido sistema de castas.
Um dia ele recebe a misteriosa visita do Senhor Esfera. Na sua visão
bidimensional, o Senhor Quadrado via apenas a capacidade do Senhor Esfera, na
forma de um círculo, tomar o tamanho que quisesse e desaparecer quando bem
entendesse. A consciência que o Senhor Quadrado adquiriu em contatos
e viagens com seu amigo tridimensional acabou sendo seu infortúnio, pois virou
uma ameaça ao mundo dos chatalandeses sendo perseguido por seus Sumos
Sacerdotes.
Ao ler esse conto, logo me veio à mente
o xadrez.
Jogo estritamente bidimensional onde
uma única peça tem a consciência e a capacidade de utilizar, de forma limitada,
um universo que ela mal consegue enxergar apesar de saber de sua existência: o
espaço tridimensional em que vivemos.
Quem já jogou Xadrez
Australiano sabe o caos que é para os habitantes do mundo plano a entrada,
do nada, de novos guerreiros inimigos. É conhecida a debilidade nesse mundo
louco das outrora poderosas torres e damas, que se fragilizam enormemente num
universo completamente poroso. E o crescimento em força do Cavalo, o único que
pode utilizar esse mundo tridimensional em seus deslocamentos.
O Cavalo encanta, o conhecido salto em
L nada mais é que uma saída abrupta de um mundo bidimensional e seu
reaparecimento em outro local desse mundo, tais quais os buracos de minhoca tão
badalados por nossos físicos teóricos.
Essa capacidade do Cavalo, uma peça
lenta, que não consegue ganhar tempos e nem mutuamente se defender com qualquer
outra peça, faz com que ele quase se iguale em força e muitas vezes supere o
poderoso bispo.
O Cavalo é um solitário por natureza,
sua capacidade é sua desgraça, a cada salto ele abandona todo o território de
sua influência, perdendo todas suas posses e bens e entrando num mundo novo,
onde terá que fazer novas alianças e abandonar as antigas. E seu salto é
quântico, ou seja, determinado, mensurável, limitado. As forças inimigas podem
tentar se prevenir aonde o cavalo pode aparecer, mas para esses cálculos gastam
uma enormidade de energia mental, muitas vezes exaurindo os recursos escassos,
tornando o Cavalo tão temido perante exércitos mais inexperientes.
E quanto menos recursos seus inimigos
têm (tempo, conhecimento), mais potente torna-se o Cavalo. Até exércitos
comandados por fortes mestres internacionais já desmoronaram surpreendidos por
este senhor, que quando ameaça, não está ameaçado e, a não ser sua eliminação
física, nada pode interpor-se ao seu próximo salto.
Luís Ernesto Serra Azul da Fonseca
Funcionário Público, Escritor e Sócio do MXC
Obs.: Xadrez Australiano: xadrez jogado entre duas duplas em dois
tabuleiros, em que as peças capturadas por um jogador podem retornar a qualquer
momento como uma jogada por seu parceiro. Não se esforcem para entender, é
caótico.
NOTA DE FALECIMENTO
É COM PROFUNDO PESAR QUE O METRÓPOLE XADREZ CLUBE COMUNICA O FALECIMENTO DE SEU ASSOCIOADO EMÉRITO E MESTRE INTERNACIONAL
FRANCISCO RICARDO TERRES TROIS.
ENXADRISTA VIGOROSO E CRIATIVO, DESDE LOGO DESPONTOU COMO UM DOS MELHORES NO XADREZ GAÚCHO. COLECIONANDO VITÓRIAS NO RIO GRANDE DO SUL E NO BRASIL ATINGIU A NORMA DE MESTRE INTERNACIONAL EM 5/10/78 NO 10º ZONAL SUL-AMERICANO, CONQUISTANDO ASSIM O MERECIDO TÍTULO, RECONHECIDO NO BRASIL E NO EXTERIOR.
JAMAIS SE APOSENTOU DO XADREZ, CONTINUANDO SEMPRE A IMPULSIONAR O ESPORTE EM TODAS AS OPORTUNIDADES, CONTRIBUINDO EM ESPECIAL COM O METRÓPOLE XADREZ CLUBE, PELO QUIE LHE FOI CONFERIDO O TÍTULO DE ASSOCIADO EMÉRITO.
NOS ÚLTIMOS ANOS PARTICIPOU DO 27º CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZ SÊNIOR 2017, EM ACQUI TERME, NA ITÁLIA; EM 2019 DO 50º ABIERTO DE MAR DEL PLATA E EM 2020 DO IV ABIERTO DE MONTEVIDEO-COPA MARCEL DUCHAMP.
UMA DAS FAÇÂNHAS PELA QUAL SERÁ SEMPRE LEMBRADO É A SIMULTÂNEA DE 15/5/1978 NO GIGANTINHO EM PORTO ALEGRE, QUANDO ATINGIU UM RECORDE NACIONAL AO ENFRENTAR 168 PARTICIPANTES COM UM APROVEITAMENTO 97,6%.
ENQUANTO ESTEVE ENTRE NÓS, CATIVOU A TODOS COM SUA PERSONALIDADE MARCADA PELA TRANQUILIDADE, SIMPLICIDADE E SIMPATIA.
À FAMILIA NOSSAS CONDOLÊNCIAS
Nós, jogadores de xadrez, somos privilegiados.
Os que vivem dentro de um cartão ponto, encaram o tempo com
a perspectiva do eterno recomeço. Amanhã, segunda-feira, após o feriado ou depois
do Carnaval a vida recomeça. O envelhecimento, que imperceptível se transforma
em marcas, esquecimentos inesperados e rugas consomem o tempo sem que percebam.
É a pintura de Goya –
Saturno (Chronos para os gregos) devorando um filho.
Têm tempo marcado. Sabem que seus minutos estão decididos no
início do jogo. Partida também seria uma boa palavra em vez de jogo. Ao mover a
primeira peça o tempo, marcado, decidido, pactuado, já estamos partindo. Saturno
abre sua boca e começa o banquete.
Mexemos uma peça e
podemos “ ganhar” um tempo ou perdê-lo. Não temos ilusão que ganhamos ali a partida. Foi só um
tempo. O relógio hesita por segundos, mas não pára. A partida foi escolhida, e
a chegada só pode ser abreviada. Derrubar antes o rei, xeque-mate, fim.
Desejamos ter tempo para ler aquele livro esquecido na
prateleira, estudar a variante que o adversário vai usar no próximo torneio,
assistir o vídeo sobre finais de torres, mas ao final descobrimos que caímos naquele
buraco do depois. O tic-tac que escutamos
e da seta que caiu já eram esperados, mas fomos nós que mexemos as peças.
A vida é demasiado
curta para o Xadrez – Lord Byron.
João Luiz de Mello
Médico Pediatra e Sócio do MXC